Mary Wollstonecraft
Escritora
1759 - 1797
Mary Wollstonecraft foi uma escritora inglesa e fervorosa defensora dos direitos das mulheres no âmbito educacional e social.
Nasceu a 27 de abril de 1759, em Londres, Inglaterra. Criada por um pai abusivo, Mary deixou a sua casa para se dedicar a uma vida de escrita.
Enquanto esteve empregue como tradutora dos trabalhos de Joseph Johnson, para o qual decidiu trabalhar após perceber que a posição de governanta que ocupava na Irlanda não era a mais adequada para si.
Joseph era conhecido pelos seus textos radicais, publicou a que viria a ser a sua obra mais conhecida “Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher”, considerado um clássico do feminismo.
Nesta obra fica clara a sua abominação pelas noções predominantes na sua época de que as mulheres eram indefesas e meros decoros de uma casa. Alega que a sociedade cria “brutos domésticos gentis" e que uma existência confinada deixa as mulheres frustradas, transformando-as em tiranas sobre os seus filhos e servos. É então que afirma que a chave é a reforma educacional, dando às mulheres acesso às mesmas oportunidades educacionais que homens.
Enquanto criava a sua filha primogênita, Fanny, Wollstonecraft escreveu uma crítica conservadora da Revolução Francesa em Uma Visão Histórica e Moral da Origem e do Progresso da Revolução Francesa. Também escreveu uma narrativa de viagem profundamente pessoal, Cartas escritas durante uma curta residência na Suécia, Noruega e Dinamarca, que se tornou o seu livro mais popular na década de 1790. Após viagens à Escandinávia, Imlay, o seu companheiro e pai da sua primeira filha, um comerciante de madeira e aventureiro americano, deixa-a.
Recupera-se, após tentar cometer suícidio por ter sido abandonada pelo seu companheiro, encontrando uma nova esperança no relacionamento com William Godwin, o fundador do anarquismo filosófico. Apesar de acreditarem na tirania do casamento, o casal acabou por se casar devido à gravidez dela.
Em 1797, nasceu a sua filha Mary Wollstonecraft Shelley (que mais tarde escreveu o famoso Frankenstein).
Onze dias depois, a 10 de setembro de 1797, em Londres, devido a complicações no parto, Wollstonecraft morreu.
A publicação da sua obra Reivindicação causou uma considerável controvérsia, mas não conseguiu provocar quaisquer reformas imediatas.
Porém, a partir da década de 1840, membros dos incipientes movimentos de mulheres americanos e europeus ressuscitaram alguns dos princípios do livro.
Excertos da obra:
“Não desejo que elas [mulheres] tenham poder sobre os homens; mas sobre si mesmas.”
“Ensinadas desde a infância que a beleza é o cetro da mulher, a mente molda-se ao corpo e, vagando pela sua jaula dourada, procura apenas adornar a sua prisão.”
“Fortaleça a mente feminina ampliando-a e a obediência cega acabará.”