Joana D'Arc
Camponesa, militar, padroeira
1412-1431
Joana d'Arc, que nasceu em 1412 e morreu em 1431, foi uma mulher francesa que viveu durante o período da Guerra dos Cem Anos, travada entre a França e a Inglaterra.
Proveio de uma humilde família camponesa e tinha três irmãos e uma irmã. Durante a sua infância, presenciou o assassinato de membros da sua família por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava.
Não aprendeu a ler nem a escrever. Ajudava o seu pai no trabalho de cultivar a terra e na criação de animais. Foi educada segundo os princípios da fé católica, tendo afirmado que ao longo dos anos, teve revelações divinas. Acreditando nas revelações, algumas ordenavam-lhe a ir em defesa do seu país. Assim, em 1429, saiu da sua aldeia e segundo relatos históricos, começou a usar roupa que a fazia parecer ser do sexo oposto, cortou o cabelo bem curto, fez treinos militares e foi aceite no exército. Dirigiu-se à corte, onde foi recebida, e conseguiu convencer bispos, cardeais e capitães de exército relativamente às suas visões e ordens divinas que recebeu. Tendo também conquistado a confiança do rei, este entregou-lhe o comando de um pequeno exército. Joana intimou o inimigo a render-se, este, não o tendo feito, o exército dela foi o que saiu vitorioso. Após se curar do ferimento que sofreu numa batalha, ela retoma a campanha militar e tenta libertar mais cidades das forças do inimigo. No entanto, durante um cerco, foi presa. Em cativeiro, passou por interrogatórios, e tentou fugir, mas sem sucesso. Apesar de toda a ajuda militar que deu ao seu país, não houve nenhuma missão de resgate por ela.
Também foi julgada pela Inquisição, passou por tortura, foi acusada de heresia e feitiçaria. Passado algum tempo, foi condenada à fogueira, tendo sido queimada viva, em 1431, com apenas 19 anos de idade. Passados anos, o Papa Calisto III mandou publicar o erro do tribunal e a inocência de Joana, que foi ilibada de todas as acusações e tornou-se a primeira heroína da nação francesa. Em 1909, foi beatificada pelo Papa Pio X. A sua canonização deu-se em 1920 pelo Papa Bento XV. Joana d'Arc tornou-se a Santa Padroeira da França. Considerando o seu terrível fim, acusada de bruxaria e ser queimada viva, somente pelo facto de ter sido uma mulher que revelou ter tido visões divinas, o que lhe permitiu vencer os conflitos, é de questionar o porquê de não ter sido suficiente para provar a sua inocência ou dar-lhe a credibilidade que um homem teria na mesma posição.
É de destacar que o facto de ela ter tido a necessidade de se vestir de forma a parecer um homem, para poder ter credibilidade na sua posição, é lamentável, no entanto, é fruto da época em que vivia. A coragem que Joana teve para proceder da forma que fez, é de elogiar! Concluindo, podemos retirar que Joana, apesar de a sua motivação ter sido religiosa, conseguiu demonstrar que as mulheres também são capazes de lutar pelo seu país e de comandar um exército, tendo isto levantado “medos” que levaram à sua morte.