top of page

Virginia Woolf

Design sem nome-2.png

Escritora
1882 - 1941

 Virginia Woolf, foi uma escritora, editora e ensaísta inglesa, que nasceu a 25 de janeiro de 1882 e morreu a 28 de março de 1941. 

Virgínia foi filha de Júlia Stephen e de Leslie Stephen, crítico literário. Proveio de uma família da alta sociedade londrina, que a educou de forma a que ela frequentasse desde cedo o mundo literário. Ela não andou na escola, no entanto, foi educada por professores particulares e através de aulas com o seu pai. Ela adorou o mundo literário, por influências do seu pai e também devido à existência de uma biblioteca particular na sua casa, disto nasceu a sua vontade de se tornar escritora. 

 Com a idade de 13 anos, perdeu a mãe, o que lhe trouxe um episódio  de  problemas 

psicológicos. No entanto, com o apoio do pai e irmãos, conseguiu recuperar. Porém aos 22 anos, perde também o seu pai, o que a levou a mais um período de problemas psicológicos. 

 Virgínia começou a escrever profissionalmente em 1900, com um artigo jornalístico. No final de 1920, tornou-se uma escritora de sucesso e foi reconhecida internacionalmente. 

O seu primeiro romance foi publicado em 1915. Este romance, antes de ser publicado, ficou conhecido, através de relatos da sua editora, pela constante mudança dos escritos, isto com a justificação de que as partes alteradas teriam a ver com mudanças na sua vida, o que leva a ponderar quantas outras das suas obras não se relacionarão, de alguma forma, com a sua vida pessoal? 

Nos seus trabalhos experimentou o fluxo de consciência (1), a psicologia íntima e tramas emocionais das suas personagens. A fama dela caiu com a Segunda Guerra Mundial, havendo rumores de que ela e o seu marido constavam da lista negra de Hitler. No entanto, a sua importância renasceu com o crescimento do feminismo, em 1970. 

Virgínia escreveu vários romances, contos, ensaios, entre outros tipos de obras literárias. Os seus livros mais conhecidos são “The VoyageOut”, “To the Lighthouse”, “A Room of One´s Own” e “Mrs. Dalloway”. 

Este último ficou conhecido por ser um livro que aborda questões feministas, pois tendo em conta a altura histórica que retrata, uma mulher, após casada, manteve as suas particularidades e gostos apesar disso, não se tendo tornado na esposa que faz de tudo para agradar e obedecer ao marido. Ainda, aborda questões como a sexualidade não heterossexual. Claro que tudo isto de forma subtil, havendo necessidade de uma leitura atenta para perceber estas questões como estando diretamente relacionadas com o feminismo. Porém, apesar de hoje isto ser interpretado como algo “leve”, temos de nos voltar a recordar da altura histórica da publicação do livro e ainda de ter sido uma mulher a fazê-lo, o que mostra a faceta corajosa e inovatória de Virgínia. 

Devido a várias complicações relacionadas com o stress decorrente da 2ª Guerra Mundial, pesadas críticas literárias, etc., Virgínia voltou a sentir-se psicologicamente afetada, tendo levado desta vez, ao seu suicídio, em 1941. 

Quando Virgínia se suicidou, deixou um bilhete de despedida para o seu marido, que ficou bastante conhecido devido ao peso das palavras aí escritas: 

 

“Querido, 

Tenho certeza de que enlouquecerei novamente. Sinto que não podemos passar por outro tempo daqueles terríveis. E, desta vez, não me vou recuperar. Começo a ouvir vozes e não me consigo concentrar. Por isso estou a fazer o que me parece ser a melhor coisa a fazer. Tu tens-me dado a maior felicidade possível. Tu tens sido, em todos os aspetos, tudo o que alguém poderia ser. Não acho que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes, até à chegada desta terrível doença. Não consigo lutar mais. Sei que estou a estragar a tua vida, que sem mim tu poderias trabalhar. E tu vais, eu sei. Vê que eu nem sequer consigo escrever isto como deve ser. Não consigo ler. O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Tu tens sido inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer que, e toda a gente sabe disso; se alguém me poderia salvar, esse alguém terias sido tu. Tudo se foi para mim, menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida. Não creio que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes do que nós fomos. 

V.” 

Com a leitura desta carta de despedida, ressalvamos a importância de cuidar da nossa saúde mental, e relembramos a ideia de que mesmo pessoas com sucesso, também sofrem. 

(1) técnica literária em que se procura transcrever o complexo processo de pensamento de uma personagem, com o raciocínio lógico misturado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de associação de ideias.  

bottom of page