top of page

Chantal Akerman

Design sem nome (33).png

Cineasta, escritora e artista 
1950-2015

 

Chantal Akerman foi uma cineasta, escritora e artista. Filha de pais judeus, nasce em 1950, em Bruxelas, sendo a sua obra muito influenciada pelo que a sua família experienciou durante a Segunda Guerra Mundial. Aos 16 anos, Akerman decide que quer ser cineasta, após ver um filme de Jean Luc-Godard. Poucos anos depois, em 1968, faz “Saute ma Ville”, a sua primeira obra.

Ao longo da sua carreira, Chantal Akerman fez quase 50 filmes. As suas obras destacam-se por terem um cariz experimental e muito introspetivo e por seguirem temáticas feministas, tocando em questões como o papel da mulher na sociedade e na família, bem como descrevendo a experiência feminina. Das suas obras, destaca-se “Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, uma longa-metragem produzida em 1975, que narra três dias na vida de uma mulher, retratando minuciosamente o seu quotidiano e dando uma forte relevância às pequenas tarefas domésticas e à rotina que esta segue. Em várias entrevistas, a cineasta explicou a necessidade de dar relevo ao papel da mulher, em atividades que normalmente a sociedade não tende a valorizar.

Chantal Akerman faleceu em 2015, tendo sofrido vários anos da sua vida com depressão. Em 2022, a Sight and Sound, célebre revista de cinema, elegeu Jeanne Dielman como o melhor filme de todos os tempos, numa sondagem que abrange milhares de críticos e indivíduos de renome no mundo do cinema. Pela primeira vez em 70 anos, foi escolhido um filme realizado por uma mulher e com uma equipa de produção e filmagem quase totalmente composta por mulheres, algo que demonstra o valor que esta obra tem e o seu impacto prolongado. Para além disto, ainda hoje é de relevar que a sua obra tem influência na de vários realizadores de renome da atualidade.

Akerman, pela forma natural e íntima como retrata a vivência feminina, destaca-se como uma figura de importância para as mulheres na arte.

Excertos:

“Eu penso que [Jeanne Dielman] é um filme feminista, porque dou espaço a coisas que nunca, ou quase nunca, foram mostradas dessa maneira, como os gestos diários de uma mulher. Estes estão no ponto mais baixo da hierarquia de imagens de cinema. Um beijo ou um acidente de carro vem mais alto, e eu não acho que isto seja acidental. É porque estes são gestos de mulher que contam para tão pouco.”

bottom of page