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A verdadeira litania para os tempos de revolução

 

 

Mário nós não somos todos burgueses

os ratos e os gatos se quiseres,

os literatos esses são franceses

e todos soletramos malmequeres.

 

Da vida o verbo intransitivo

não é burguês é ruim;

e eu que nas nuvens vivo

nuvens! o que direi de mim?

 

Burguês é esse menino extraordinário

que nasce todos os anos em Belém

e a poesia se não diz isto Mário

é burguesa também.

 

Burguês é o carro funerário

os mortos são naturalmente comunistas.

Nós não somos burgueses Mário

o que nós somos todos é sebastianistas.

“Burgueses somos nós todos

ó literatos

burgueses somos nós todos

ratos e gatos”

                                   Mário Cesariny

Inéditosa, Antologia Poética

Natália Correia

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