Eu sou uma mulher negra. Eu frequentei todas as escolas públicas negras. Eu cresci no Sul onde tudo à minha volta eram factos de discriminação racial, ódio e segregação forçada. No entanto a minha educação política de raça na sociedade americana não foi diferente das mulheres estudantes brancas que conheci integradas em escolas secundárias, em colégios, ou em vários grupos de mulheres.
[…] As instituições de educação académica nada fizeram para aumentar a nossa compreensão limitada do racismo como uma ideologia política.
Ao invés, os professores sistematicamente negaram a verdade, ensinando-nos a aceitar a polaridade racial na forma da supremacia branca e a polaridade sexual na forma de domínio masculino.
As mulheres americanas foram socializadas, até lavadas cerebralmente, para aceitarem a versão da história americana que foi criada para sustentar e manter o imperialismo racial na forma da supremacia branca e o imperialismo sexual na forma do patriarcado.
[…]
Como poderia alguém derrubar, mudar, ou até desafiar o sistema no qual foi ensinado a admirar, a amar, a acreditar?
Bell Hooks
in Não serei eu mulher?